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concurso ubs gurubi

 

Projeto realizado em parceria com Daniel Dorneles, Laila Bentes e Luan Carvalho;

A comunidade Quilombola contemporânea é formada por descendentes dos povos africanos, outrora escravizados, que vivem em organizações rurais, suburbanas e urbanas envoltos em singulares manifestações culturais com forte vínculo no passado africano, e com referências culturais dos antepassados constitutiva da cultura afro-brasileira.

Mergulhando na tradição histórica da arquitetura vernacular praticada na formação e estabelecimento dos Quilombos, surge a inspiração de modelar uma nova UBS, através da materialidade de um edifício que consiga assumir a função de representatividade cultural e tradicional na comunidade Quilombola do Gurugi, e, ao mesmo tempo, atender, com eficácia, as especificidades de equipamentos de saúde e do programa instituído como norma de funcionamento, próprios das Unidade Básica de Saúde (UBS) do Tipo I, além de viabilidade financeira. Gurugi é um território contínuo constituído por ramos de um mesmo tronco familiar que busca manter viva a cultura e a história de seu povo para as futuras gerações.

A apresentação da forma artística/arquitetônica proposta não tem nenhuma intenção de se mostrar exuberante, ao contrário, é na sua simplicidade que se faz presente e interessante, proporcionando um edifício de fácil leitura a qualquer observador, contrastando harmônica e sensivelmente com as construções empíricas dos arredores, integrada ao espaço e, principalmente,às peculiaridades culturais, sociais e históricas desses moradores. Nosso desejo é integrar e adaptar traços de contemporaneidade ao tradicional, ao consagrado e reconhecido como valor; trabalhar a expressão material do edifício através da “terracota”, associando-o aos métodos construtivos do pau-a-pique, à tonalidade presente nos telhados ao redor -entre outros praticados- , conectando novos equipamentos aos de longa data (nostalgia) e com sua tradição profunda de culto à terra.

Assim surge um paralelepípedo materializado através dos tijolos de barro. Ao lado desse paralelepípedo surge uma horta junto as árvores que foram preservadas no terreno. Esse espaço, que estaria sempre aberto a comunidade se torna também uma praça e um local de relaxamento para os usuários da UBS, além de ajudar na criação de um espaço com microclima mais agradável.

Outra premissa de projeto era pensar na criação de um paisagísmo para as calçadas (limites da rodovia PB-018) que pudesse ser replicada no perímetro urbano da cidade, estabelecendo espaços onde o transeunte pudesse se locomover de uma forma mais confortável.

Ações humanas dessa ordem visam suprir as demandas naturais e atuais da comunidade, em práticas inteligentemente sustentáveis de preservação da ecologia ambiental, social e mental de todos os envolvidos.

Local:

Juiz de Fora - MG

Ano:

2019

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